MAIS DO MESMO
A paixão à primeira
vista na geração z
Georgiano de Castro.
Sentado
no pátio da escola o menino escuta um hit de verão no I – pod, enquanto, ao
mesmo tempo, navega pela rede na tela de seu celular. O pátio está cheio de
gente conectada com o mundo e desconectada com o pátio, todo mundo aficionado
pela tecnologia, fazendo virtuais contatos. Jogos, redes sociais, noticias... Nada
realmente interessante para se vê, mas quando ele levanta a cabeça tudo muda. É
como se o tempo parasse enquanto ele observa a palidez daquela figura de menina
sentada sobre as mãos. Que garotas são aquelas? Elas estão conversando e rindo
entre si enquanto o mundo tá isolado nessa onda high tech.
A
música no fone de ouvido já não interessa, e a solidão de cada ser solitário
naquele pátio também não, só há de interessante àquela figura feminina, e ela
sorri feito uma criança, passa a mão no cabelo liso e longo, distribui simpatia
sem nem mesmo querer, enfeitiça o menino que até ainda pouco ainda não tinha
desasnado para a beleza em sua mais pura tradução, fantasiada de mulher.
Nós
estamos acostumados à obsolescência geral de tudo. Há um desinteresse geral na
galera por tudo que não seja novo, mas a paixão também é nova para aquele
menino. Será que ele vai mantê-la no seu intimo desejo por muito tempo? Ou,
igual a qualquer postagem de rede social, esse sentimento vai passar sem deixar
marcas profundas? Acredito que não e basta olhar nos seus olhos famintos de cão
pedinte para perceber que a paixão ou o amor, como queiram, é uma tecnologia de
atenção.
Ele
já não está mais no pátio da escola, ele agora sente seu espírito transcendente
entre diversos momentos bons ao lado daquela menina de sorriso sincero. Sua
imaginação o leva alto, ele sente o corpo levitar. E ainda tem gente tola que
afirma categoricamente que o amor morreu, como se a nossa geração estivesse
condicionada as telas de led, e ao contato virtual sem perfume nem cores de
verdade. Isso é um acinte e ele sabe disso agora, seu corpo leve como pluma
viaja com a mente em outras paragens.
De
repente e não constantemente ela se deixa notar que percebe aquele olhar que
desvirtua de todo o ambiente, mas o seu sorriso de canto de boca surge como um
mistério. De certo que é um sorriso contido e alguns olhares 43, mas para o
recém-apaixonado cada migalha é um tesouro, é como uma chance de alento, ele
bem que poderia ir lá e tentar a sorte, mas suas pernas tremulam, e covarde ele
jamais iria obedecer a tal desplante da sua mente.
É
na hora H que a geração Z demonstra toda a sua inaptidão com o relacionar – se
de verdade. Será que a fulana é amiga dela no face? Eu preciso pesquisar. Será
que mando um convite para ela? Será que ela aceita? E as dúvidas começam a
corroer seu coraçãozinho de papel. Afinal de contas vocês não acham que o
menino iria perder sua condição essencial de menino justo agora na primeira
paixão? São diversos os anzóis na sua mente. O que acontecerá com esse amor só
o tempo dirá, mas enquanto observamos chegamos a uma conclusão tão simples; Por
mais que existam mil e uma novidades nesse nosso mundo, e por mais que se possa
conhecer gente do mundo inteiro pela tela do futuro no computador, e mesmo com
todas essas tendências isolando a garotada em seus pequenos mundinhos
individuais. Uma paixão quando acontece faz tremer mudando a atitude do ser
apaixonado e fazendo enxergar com outra visão. E ela se levanta feliz já sem dá
nem bola e sai com sua turma para um destino totalmente desconhecido por esse
autor.
Apesar dos personagens que ilustram o texto serem da geração X, não poderia utilizar imagens de outras pessoas para lhes mostrar um dos meus mini continhos românticos para meninas de 10 a 15 anos que escrevi durante a oitava serie.
Esse sou eu e Dalva Maria no dia em que afirmamos mudar o destino de nossas vidas.
Georgiano de Castro.
Comentários
Enviar um comentário