EU SOU A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO
Quando eu era ainda “criança”
ao se tratar de modelo de desenvolvimento, ou até mesmo comparar o Brasil a
algo que ele poderia ser, todo mundo vinha com aquela de nos EUA é assim. Falo
de um passado bem próximo, tipo na era Sarney. O tempo passa e a gente descobre
que não é bem assim, não precisamos imitar os EUA ou Europa para acontecer uma espécie
de desenvolvimento aqui, e que existem certas etapas ou mazelas do modelo de
desenvolvimento deles que podemos superar, como por exemplo, o preconceito racial.
Logo chego a crer que a convivência junto à divergência de diversas correntes
de pensamento ou de entendimento, dentro de uma estrutura democrática forte,
passa a ser o melhor caminho político para irmos aos poucos evoluindo para algo
melhor. Mas acontece que existem entraves múltiplos a esse simples fato, e eles
vão se acumulando e se transformando em um engodo terrível, mal intencionado ou
não, mas que de todas as formas é muito prejudicial.
Até bem pouco tempo a
maneira boçal de se entrar ou permanecer numa “elite classe média” (!?) no Brasil
seguia uma formula bem simples. Bastava você investir num modelo de educação
para seu filho passar no vestibular, e como as universidades públicas não abarcam
todo mundo, você tinha que investir uma grana nisso. E existem várias escolas
padrão que são particulares e que cobram caríssimo por esse serviço. Com isso
aquele seu rebento já começava a se familiarizar com o fato de ser elite desde muito
cedo na escola. Pergunte-me se isso mudou? Acredito que não.
São vários os motivos que
levam a classe média ao isolamento, a violência urbana é um deles, com isso a
procura por condomínios fechados que aparentemente oferecem certo tipo de
proteção, também é fato consumado. Sendo assim, nesses casos específicos, o
moleque da classe média sofre dois tipos de isolamento social, um na escola
padrão para a permanência burguesa, e outro no condomínio, onde os muros e
grades garantem pelo menos a ilusão dessa proteção tão almejada.
É claro que somente um
completo imbecil, sendo aluno de uma escola dessas ditas “padrão” não consegue
passar em um vestibular. Ora, se desde o inicio a preocupação principal de quem
se sujeita a isso é somente essa. Passar no vestibular! E as faculdades públicas
eram tipo 90% preenchidas por esse sujeito histórico aí, o elitistista sem
querer, acostumado ou acomodado sem nem mesmo intenção própria ao isolamento
social. É um personagem triste, vitima da mais cruel boçalidade e do descompromisso
geral em realmente resolver o problema desse apartheid. E ele está por aí,
arrotando arrogância e incompetência, querendo impor a única coisa que lhe
resta desse cruel anacronismo, Que é o título da academia.
Estudar a sociedade é uma
coisa necessária, mas muito mais ainda é preciso estuda – La e conviver teti a
teti com ela. A isso se chama vivencia, e essa é uma necessidade real no
Brasil. Esse modelo elitista é ultrapassado, só causa mais engodo, e gera o
pior tipo de riqueza possível que é a concentração da renda nas mãos de uma
minoria “esquizofrênica”, enquanto o mercado cada vez mais aumenta a sua demanda
por gente qualificada e inserida no campo do trabalho. O sistema clama por
desenvolvimento, e o modelo Brasileiro oferece lhe boçalidade. E enquanto os teóricos
caviares vão discutindo qual o modelo de social democracia é viável, ou do
outro lado, o liberalismo avança com força equivocada, pelas mãos do ator
principal desse contexto que eu estou decantando agora, o mercado fica órfão nas
suas necessidades e o país barra diante estupidez generalizada. E como isso é
só um artigo, eu não preciso me aprofundar no assunto, pois a intenção
principal é se fazer entender, e essa é voz de quem tem vivência, mas não sou
dono da verdade, essa é apenas a minha opinião e eu sei que ela contribui muito
para você que me acompanha. Muito obrigado!
JÁ QUE É PRECISO MOSTRAR A CARA PARA LEVAR O TAPA, ESSE SOU EU NO ULTIMO ANO DA MINHA FORMATURA.
MOBRAL TOTAL!
NONSENSE TOTAL!
GEORGIANO DE CASTRO.
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