INFLUENCIAS

Que tal começar o ano fazendo referência a quem realmente te influenciou? Começarei então causando certo choque em amigos que me acompanham pois bem sei que esta pagina é feita para amigos e pessoas queridas. Apontarei artistas que de há muito me influenciam não só pela sua música, mas também pela atitude diante da exposição de sua arte.

Primeiro falarei de Walter Franco, esse cara é uma prova viva de que para ser vanguardista não se precisa participar de movimentos tais como bossa nova e tropicalismo. O conheci quando era adolescente e estava descobrindo o gosto de assistir o programa Jô Soares 11:30, em uma entrevista. Ele é influencia direta de um dos meus ídolos da época o Arnaldo Antunes, por meio do concretismo expresso em sua obra. 


Enfrentar vaias de uma juventude recalcada "esquerdista" e desinformada era o minimo a época dos festivais, pior era ter seu trabalho perseguido pela censura, que tal qual a juventude antes citada, era burra.  Houve até certa vez que o juri do festival da globo foi destituído por haver votado em Walter para o primeiro lugar do evento televisivo. 

Hoje Walter Franco é um dos artistas que eu mais escuto e renova se a admiração e o respeito para com seu posicionamento digno. É uma influencia para além do campo musical, é uma influencia de vida.


Salve Jorge é uma coisa muito obvia para um cara chamado Georgiano né? Mas eu digo salve Jorge Mautner, outra grande influencia minha. 


Nessa foto acima estamos no mesmo abraço eu, meus parceiros de vida Cícero Alexandre e Rodrigo Monte e o Jorge Mautner. Registro do nosso encontro em João Pessoa PB, onde debaixo de sol escaldante estávamos observando sua passagem de som pela manhã e debaixo de chuva fortíssima assistimos sua apresentação a noite. 

Muito do meu humor na Good Garden vem, ou me parece vir de algo em comum com o humor latende de Jorge Mautner, e que ninguém percebe pois ele, cínico que é, faz com que as pessoas o levem a sério. O que é genial pois esse é o humor de verdade e não esse outro que anda por aí e não passa de uma certa dose de desaforos e bordões bestiais que de tão patéticos sugerem um riso amarelo nos expectadores postos a prova em observar tais coisas.   

Nossa juventude precisa conhecer o Kaos com K, de Jorge Mautner e começar a revigorar sua cidadania com a influencia positiva do filho do holocausto, que é como a mídia se refere a esse artista completo hoje em dia.


Taiguara, esse é um nome de índio ou uruguaio? Não é apenas um brasileiro nascido no Uruguay, filho de um maestro chamado Ubirajara. Um dos maiores caras disso que se chama MPB, eu particularmente prefiro nem relacionar essa sigla fracassada a um romântico de verdade como esse cara, mas para efeito de entendimento vai lá. 



Taiguara morou em Cuba durante o exílio a que se submeteu durante os anos de chumbo da ditadura militar, na época a ilha recebia o apoio politico e financeiro da URSS, e com isso a proposta de economia planificada apresentava lá características de um desenvolvimento politico, social e humano que impressionou ao artista que vinha de uma conjuntura de acumulação e marginalização latente como a brasileira. Por isso ele se denominava socialista, mas de um socialismo que é outra coisa diferente do que se chama de socialismo ou socialista por aqui hoje em dia. Infelizmente Taiguara já foi para o plano de luz não se encontrando mais aqui entre nós que podemos só admirar através de pesquisa essa sua obra musical fantástica. 

Para mim é um prazer poder apresentar para uns ou reavivar para outros algum pedaço da obra desses artistas tão importantes na minha formação. Ainda mais se quando escrevo, ao mesmo tempo saboreio uma cerveja lager estupidamente gelada e amarga, daquele amargor sublime e essencial em uma cerveja. Caso você não saiba esse amargo ao paladar do amante de cerveja fica igual ao doce no paladar de um não iniciado, essa é talvez a melhor metáfora e que bom é uma folga de tudo para escrever, escutar e saborear prazeres da vida. 


  

Valeu:  Georgiano de Castro. 

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