O MENINO E A MENINA - TIPO ADESIVO DO AMAR É!
O menino atravessa a rua
cheia de nada, ela fica estática enquanto ele caminha em busca de um futuro. Tá
na cara que ele desvirtua essa cena, não fosse esse look e olhar tão new wave,
já me bastaria à afirmação, mas ele está vivo e a rua infelizmente não.
No pátio do colégio, sentado
sobre as mãos, ele admira aquela menina, linda, total e completamente linda e
jovem. Ela tem o mundo inteiro nas mãos se quiser e instintivamente ela sabe,
mas nem aí, sua juventude acaricia outra forma de pensar e sentir prazer. Ela é muito sábia e percebe sua atenção enquanto
passa a mão no cabelo e olha de canto de olho. O coração do menino dispara, é como
se sentir flutuar! O menino enxerga na menina a sua metade, sem nem ainda a
realidade da maldade, é só pureza, paixão e fantasia. E Deus que está em toda
parte e de tudo sabe sorri e abençoa essa alegria.
Nada nesse mundo poderá ser
mais intenso e bonito do que o amor de um menino por uma menina. Mas tem gentes
paias (bregas) que não querem saber mais desses sentimentos, eles vivem incentivando
o fanatismo e o sentimento de posse: - Se ninguém é de ninguém eu posso possuir
todas as meninas que eu quiser. Afinal a mim importa somente o prazer de possuí
– las, depois sair sempre buscando um novo prazer em outra pessoa, linda, mas
não me interessa sentimento, eu quero apenas o valor de uso fruto, nem pensar
em apego. Acontece meu nego que quem tem tudo muitas vezes tem nada, você
poderá ter o prazer conjugal de quem você conquistar ou enganar, mas jamais
terá o amor de uma menina, sendo que os seus desejos manifestos você poderia
até matar com as próprias mãos.
Uma espécie de angústia boa
pulsa nos nervos do menino que indeciso permanece quieto, tolo, menino acima
de tudo. Ela novamente passa a mão pelo cabelo e com um novo olhar 43 sorri de
canto de boca. De longe se percebe que há uma dualidade de interesses ali. É uma
manifestação de algo sagrado e vai além de um impulso sexual normal e presente
em todos nós. Isso minha gente é pura e simplesmente magia, é apaixonar – se de
verdade, é está envolto daquele amor que só quer o bem, é natural, é demasiado
humano.
Oh meu eterno amor, do fundo
da caverna escura eu enxergo a luz, eu caminhei léguas e sertões de solidão
para te ver dinovo aqui, vesti o meu terno mais Londres 1967 Georgiano possível.
Parado no tempo, no pátio da escola, eu observo a sua pele pálida. Tanta coisa
já se passou e eu estive te dando mais agressão do que atenção. Mas no
fundo eu permaneço ali, sentado sobre as mãos, discordando absolutamente de
tudo e de todos, como antes. Não tem como aprender a desamar você! E por
enquanto eu te carrego comigo entre pão e poesia, por uma oração ou quem sabe
outra alegria, é tanta coisa que encero da maneira mais ética possível que é
desejando que o amor se faça presente no entendimento dessa nova geração, um
novo amor sagrado, um menino e uma menina.
nada a declarar, muito obrigado a todos que acompanham meus textos.
Georgiano de Castro.
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