ROLEZINHOS...

Algo que vem causando um frisson enorme hoje em dia é a discussão sobre o tal rolezinho. Alguns desaprovam a iniciativa com certo vigor e outros chegam a citar uma espécie de apartheid que a elite Brasileira manifesta contra os marginalizados da periferia. Um dos colunistas de Veja, o Rodrigo Constantino, foi bastante ácido e se referindo aos participantes dos rolezinhos, “bárbaros incapazes de reconhecer a própria inferioridade”. Já o jornalista Marco Antonio Araujo vaticinou que os rolezinhos eram o atestado de pobreza dos jovens da periferia, as micaretas da gente frustrada, "esses moleques sem ideais, empobrecidos por valores mundanos e materiais, não merecem ser tratados como terroristas ou bandidos, mas como os idiotas que são". Em resposta a impropérios como esses uma centena de intelectuais ditos sociais dão caráter de manifestação legitima ao tal rolezinho, e defendem que tal posicionamento dos shoppings e do estado é obra da velha elite preconceituosa que ameaçada pela pobreza em um espaço físico que foi pensado para ela, sente - se invadida ou incomodada. E acrescentam interrogações como essas: - E quando essa realidade sai do shopping e vai ao litoral? A praia é um espaço pensado por quem o criou para as elites? Eu mesmo posso afirmar que estava totalmente por fora dos acontecimentos até ver no Bom Dia Brasil o rolezinho sendo apresentado como arrastão. Quando fui alertado pela Jessica Thaiz e pela Karlene Andrade, que se tratava de outra coisa, e comecei a acompanhar via redes sociais comentários e discurso inflamados a respeito do tema. 


Eu sou assinante da Veja, não iria negar tal fato, mas em resposta aos colunistas tipo Rodrigo Constantino eu digo que a tal “inferioridade” que ele cita é sim reflexo do pensamento de uma elite burra. Deveríamos estar discutindo maneiras de diminuir as distâncias, e de como cuidar da juventude em geral com uma educação de qualidade com a inserção desse mesmo jovem em uma sociedade melhor.  Ao Sr Marco Antônio Araujo eu devo dizer que quão idiota é ele mesmo quando afirma que os empobrecidos têm nos rolezinhos as micaretas de gente frustrada.  Ou será que não existem pessoas com posses que frequentam shoppings fazendo compras e consumindo sem freio para com isso tentar satisfazer tantos outros tipos de frustrações que lhes são árduas? E ao mesmo tempo quero também afirmar que pobreza não é característica só de gente de cor, e que o rolezinho é sim uma imbecilidade de uma juventude atolada num ambiente de alienação e burrice e que nem enxerga o rolezinho como forma organizada de desobediência civil ou movimento de protesto. Com isso afirmo categoricamente que tanto a direita como a esquerda são extremamente burras ao lidar com tal tema, e ainda digo mais, direita e esquerda são burras como nunca deixaram de ser.



Tem algo muito maior por trás disso tudo e que quase ninguém está discutindo, se tomarmos a cidade de Fortaleza como ponto de partida de uma discussão sobre o tema, nós iremos perceber que a cidade praticamente tem seus espaços públicos de lazer entregues a um Deus dará, enquanto surgem centros comerciais no estilo shoppings aos quatro ventos da cidade. O shopping é um ambiente de consumo não é um espaço público de lazer, mas a sociedade atribui certo conceito de valor a quem está frequentando o shopping. Fica abstratificado tal conceito, mas ninguém discute o consumo, como ele deve se dá, nem como ele deveria ser. Essa cultura de consumo desenfreada é extremamente prejudicial à sociedade, ao mesmo tempo em que ela, de certa forma, alimenta a economia. Desconfigura os valores, revelando – se, como se fora, uma faca de dois gumes.  E o foco de tudo está no consumismo, o jovem atual, diferente do jovem de outras épocas, quer participar de forma incessante na sociedade de consumo. Então vejamos, nos anos 60, o movimento chamado hippie, era o antônimo perfeito dessa geração. E nos anos 70/80 o movimento Punk, negava as grifes e grandes marcas na defesa de uma cultura alternativa e criativa produzida em pequenas cadeias produtivas dentro de uma realidade econômica local, em rede, circulando no chamado mercado underground. Mas hoje em dia o Funk é exaltação, exaltação de consumo, sexo, libertinagem e etc... Foram de dentro do Rap americano, com seus Mcs negões com diamantes nas orelhas e em carrões ou lanchas, cercados de mulheres lindas, e expostas como alegoria de consumo também, que surgiram os conceitos do Funk exaltação. Um grito frenético seguido de uma batida eletrônica sem melodia, afinal é ou não é o Rap só ritmo e poesia?  (Poesia?)



Não me canso de falar que os verdadeiros temas que deviam interessar a juventude são a sustentabilidade e a economia criativa dentro do conceito de desenvolvimento local integrado e sustentável. É preciso discutir as relações sim, é preciso combater essa “esquizofrenia” latente e miserável de alienação que só alimenta os parasitas que lucram com ela. Agora eu pergunto; Quem lucra com a Burrice? A ignorância é mãe da violência, ou alguém acha que o rolezinho não é uma espécie de violência? Violência do sistema que exclui ao mesmo tempo em que vende a ideia que só existe com valor quem consome suas marcas, patentes e mentiras! Violência da falta de acesso à cultura, ao lazer, à educação e a cidadania de verdade e com qualidade! Violência de usar a policia, que devia servir para proteger o cidadão em geral para isolar uma classe da outra! Violência dos aproveitadores que fazem arrastões durante os rolezinhos! Violência de uma intelectualidade esquerda/direita tão burra quanto desnecessária! E por aí vai. Vivemos em tempos difíceis, onde aquela juventude valente que através de pensamentos e conceitos novos, mudaram muito do rumo das coisas de forma positiva, parece cada vez existir menos. Mas eu sei que isso não é verdade, tem muita gente boa por aí que mais cedo ou mais tarde vai aparecer e interagir criando novos conceitos positivos, talvez quando esse tipo de movimento e gente que contribuiu com grana para pagar a multa do mensalão para o José Genuíno for ridicularizada com mais fervor, por que ridicularidade é uma matéria que essa gente sabe muito bem praticar.   

ESSA É A GALERA DO MOVIMENTO AUTORAL DO CEARÁ MOVA CE EM SÃO PAULO CAPITAL, NO BAIRRO DA LIBERDADE EM FRENTE A CASA FORA DO EIXO. DA ESQUERDA PRA DIREITA DE QUEM VÊ: JR, EU, RODRIGO MONTE, FILIPE BOCÃO E RICK BOCADA. 

OBG E ATÉ SEMANA QUE VEM; GEORGIANO DE CASTRO.

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