ALGO MAIS NA TENTATIVA DE ENTENDER SUSTENTABILIDADE.
Ao falarmos de
sustentabilidade a primeira coisa que nos vem à memória é um posicionamento de
respeito à natureza, com isso contribuindo para o não esgotamento dos recursos
naturais, pois eles são necessários à geração presente e imagina se que também
serão necessários para as gerações futuras. Essa é uma visão ecológica e
ambientalista, que é muito aceita claro, e é a mais difundida com um alcance
global. Ela é o que podemos observar a primeira vista da relação
Homem/Natureza, em preservação do meio ambiente. Mas, a compreensão de
sustentabilidade exige uma significação (sentido) bem mais ampla e profunda, não
é apenas a preservação dos recursos não renováveis e uteis a nossa sociedade.
Sustentabilidade diz respeito também a um padrão de organização de um sistema
que se mantém em virtude de ter adquirido certas características que lhe
conferem um caráter de autopoiese (autocriação).
Se observarmos os
ecossistemas veremos que eles funcionam com interdependência, reciclagem,
parceria, flexibilidade e diversidade. Assim como também podemos observar essas
características em certas estruturas de sistemas moleculares vivos. É o que lhes confere a sustentabilidade. Como se a combinação de características como essas, ou seja, o resultado dessa
combinação formulasse um caminho seguro para a sustentabilidade. Em analogia
direta podemos supor que as comunidades humanas apresentam características que
são semelhantes a estas, podendo também, se completo o ciclo, conferir lhes
sustentabilidade.
Mas não podemos de maneira
alguma confundir sustentabilidade com durabilidade. Assim como existem bens
duráveis, existiram também sistemas com determinada duração que se aniquilaram
em si mesmos, claro que dentro da visão evolutiva na história esses sistemas
saem de cena para o surgimento de novas visões e conceitos. É preciso entender
que um ente, ou processo econômico, político, cultural, social, institucional,
ambiental, ou físico territorial é sustentável quando se mantém por um considerável
tempo, com isso podemos afirmar que ele tem características duráveis, pois a
durabilidade é uma consequência da sustentabilidade, se um sistema é durável é
porque ele é capaz de se auto-organizar, ou de ampliar – se, ou reproduzir - se,
criando as condições da sua continuidade. Para facilitar a compreensão bastaria
criar um fluxograma com tal disposição evolutiva de conceitos: Informação gera
conhecimento que alimenta a criatividade, que por si traz as condições para a
autopoiese, que dentro do contexto combinatório exposto no parágrafo acima pode
retroalimentar o sistema com a ação na práxis. A prática faz parte do processo
de aprendizagem no todo. Mas esgotadas as possibilidades dentro de uma
determinada realidade pode se gerar uma nova espécie de caos, diferente do
inicial, para tão somente aí fazer surgir à metamorfose cabível ao novo
contexto social. Formando - se o novo a partir de uma base na simbiose, com as
mesmas determinantes redescobertas em um novo ambiente ou contexto.
Ser sustentável tem a ver
com uma dinâmica que agora se revela sistêmica, é o pensamento sistêmico de
rede autocatalítica, autocriativa ou autopoiética (Maturana e Varela, 1972).
Embora, rigorosamente falando, a noção de autopoiese (autocriação) se aplique
somente a sistemas moleculares vivos, é possível imaginar sistemas
autopoiéticos não moleculares. Por analogia, como fizemos a pouco aqui! “Assim, por exemplo, é possível que uma
cultura seja um sistema autopoiético que existe em um espaço de conversações,
porém é uma cultura, não um ser vivo” como citou; Maturana, em 1994.
Ao observarmos a atividade
dos ecossistemas e sistemas moleculares vivos, encontramos a dinâmica
necessária para junto ao fluxograma; informação, conhecimento, criatividade,
pratica, ampliar a nossa visão de sustentabilidade, para com isso resultar numa
intervenção social. E tudo isso tem haver com ecologia também, na verdade a
separação dos ramos de conhecimento tem razão pratica quanto às necessidades
humanas de assistência e trabalho, mas no entendimento geral deve se cultuar o
caráter cientifico mesmo que generalizado ao pensamento burocrático
tecnológico. Pelo menos na base, ao que o PNE (Plano Nacional de Ensino)
entende como ensino médio. Sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável é
aquele que leva à construção de comunidades humanas sustentáveis, ou seja,
comunidades que busquem assumir um padrão de organização em rede dotado de
interdependências, reciclagens, parcerias, flexibilidades e diversidades,
contudo, não é uma visão gueto, um park nacional somente, ou uma comunidade
isolada nas margens do são Francisco ou no alto Xingu! É algo mais, é um novo
horizonte para pesquisas, praticas, e novos entendimentos também. É um processo
pratico, onde as sinergias atuam de modo organizado com um olhar futuro.
Pagando mico de foto tirando onda com monumento em Canoa Quebrada - Aracati CE.
Obrigado a todos e até a próxima segunda
Georgiano de Castro.
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