A REVOLUÇÃO POSSÍVEL É A EVOLUÇÃO CABÍVEL; UM PASSO EM FRENTE E DOIS PROS LADOS!

     Se eu interrogar qualquer rebelde chapa branca sobre quem em sua opinião foi a figura política mais heroica e importante da segunda metade do século XX, irei receber como resposta os já fadados apontamentos. Nomes como Ernesto “Chê” Guevara, Carlos Marighela, Malcolm X, etc e tal. Ninguém, absolutamente ninguém, vai concordar comigo, pois para mim, a personagem mais importante da segunda metade do século XX, politicamente falando, é o Mikhail Gorbachev.

     Quando Gorbachev chegou ao cargo de secretário geral do regime “socialista” soviético, a sua real intenção era salvar a revolução do engessamento burocrático que havia tomado conta do partido. Que era uma maquina que privilegiava quem estava dentro, que dispunha de poderes absolutos sobre quem estava fora. E todos fingiam que aquilo representava um estado igualitário, quando na verdade não representava a vontade expressa de nem um terço dos trabalhadores soviéticos. As reformas que buscavam uma excelência no serviço público ainda hoje soam estranhas aos nossos ouvidos, mas, apesar do distanciamento dos idiomas, foram mundialmente divulgadas e vulgarizadas no tocante as suas intenções. São elas; Glasnost, que representava um abrandamento na censura de ideias dentro do partido e da nação, e a Perestroika, tentativa de reestruturação econômica. Com o tempo a própria pratica política foi demonstrando quanto dura a realidade conjuntural do regime estava, e factualmente essa realidade começou a ser revelada de forma mais aberta dentro do país, demonstrando que o “impérius” estava ruindo. E o mundo inteiro começava a se renovar.

     Na tentativa de resolver um por um os problemas do regime, Gorbachev provocou a maior reviravolta da segunda metade do século passado, não foi uma revolução, e nem posso afirmar que representa uma evolução para a Rússia e seus ex-agregados, mas representa uma evolução no tocante ao fim de mais uma experiência totalitarista inútil de lidar com o poder. Deixa de existir um monte de engodo como: União Soviética, Guerra fria, Muro de Berlim, entre outros entraves. E o mundo e a política são obrigados a procurar novos conceitos para problematizar.

      Apesar de ser totalmente agressivo nas palavras e versos, me considero um pacifista. Para mim a paz é o princípio básico de todas as ações humanas, e deve ser sempre alimentada através da busca de soluções pacíficas aos entraves de posicionamentos contrários das sociedades humanas. E as reformas de Gorbachev foram se adaptando e readaptando no ritmo alucinante das mudanças, provocando o que parecia impossível. Que era o desgarramento pacifico dos países satélites da base Moscou. Causando assim o “the end” da URSS.

      Hoje Mikhail Gorbachev é rejeitado na mãe Rússia, e é pouco celebrado nos países ocidentais. Será que a esse senhor de 82 anos faltou altruísmo? Faltou a heroica ação revolucionária, faltou mandar matar ou expulsar toda uma horda de mal intencionados com a verdade absoluta? Hoje na Rússia tem mais prestigio a figura pública de Wladimir Putin, um verdadeiro bolha!  Que muito mais tem haver com o czar. Um político medíocre, burocrata, que entende muito das realidades da arte de governar, mas num representa nem avanço, nem nada, é só mais um ocupa cadeira, tipo de Roberto Claudio do leste europeu.  Nem esteticamente ele tem algo a contribuir também, parece um militar, não chega nem aos pés de Gorbachev que tinha um continente estampado na testa em forma de mancha, algo que é, e sempre será chique! Algo para inspirar os padrões da moda. E que devia estar nas camisetas dos meninos e meninas eternizados como aquela imagem do Chê!  Por que eu quero heróis possíveis, não me preocupo com revolução, mas sim com a evolução, dou um passo para frente e dois para os lados, expandindo-me!

AQUI ESTOU EU ENTRE EVERARDO SANTANA E NILDO MOURA, EM 1999, ANTES DA APRESENTAÇÃO DA EM SI. NO DIA NACIONAL DA JUVENTUDE.

GEORGIANO DE CASTRO