EVERYBODY WANTS TO RULE THE WORLD (?!)
“Everybody wants to rule the world” todos querem dominar o
mundo, isto é Tears for Fears, e eu pergunto; - existe algo mais adolescente
que isto? A música começa dizendo, bem vindo a sua vida, tipo como quem diz bem
vindo a única coisa da qual você não pode fugir. Se o homem é um ser social,
quando em formação é natural que o meio o influencie, vivemos dias de luta hoje
em dia, a criança desde cedo aprende a competir, fora a tendência natural do
ser humano de alimentar seu ego, formamos meninos e meninas para dominar, é
assim que a sociedade capitalista destrói o amor e pagamos um preço muito caro
por isso. Na história, pelo que sabemos somente lá nos primórdios, onde
buscamos afirmação e os perigos eram tantos, fomos unidos. Como por obrigação
diante da nossa fragilidade, mas tão pouco o homem conseguiu se afirmar, criou uma sociedade desigual, será que a distancia é algo natural em nós? E
seria o sistema social baseado no lucro do capital a nossa mais perfeita
adequação? Procure sentido na vida e você verá que ainda não.
Não é preciso ser muito inteligente para notar que caminhamos
mal das pernas, os sinais são bem nítidos, se investirmos no egoísmo como base
da nossa organização social estamos fadados ao fracasso. A devastação dos
recursos não renováveis, a degradação da vida, a mutação da moral para o
desequilíbrio entre prazer e luta, onde toda forma de prazer, sem respeito nem
compromisso, pesa mais que o valor da conquista pelo suor, é o raio X de uma
tragédia. A vida pede equilíbrio e olhos atentos a todo movimento. Não é
globalizando aparências, ou impondo técnicas revolucionárias que tendem a
deixar mais rico quem já é rico por demais que conseguiremos equilibrar esse
jogo. Ao contrário, a mudança significativa corre contraria ao conceito de
globalização imposto. Não estou descartando a globalização e o que ela pode
fornecer de bom, estou apenas discordando de um modelo imposto ao qual temos que
aderir a força. Eu não preciso usar o modelo americano de ostentação do Rap,
por exemplo, onde como forma de vingança, uns tantos afros descendentes, se
lançam a mídia ostentando iates, mulheres e diamantes nas orelhas, a pergunta
aqui é bem simples, será que é disso que eu necessito? Aqui essa cópia
globalizada chega aos nossos ouvidos com o nome de funk ostentação. É imposto
pela indústria, e a única intenção é faturar uma pequena fortuna enquanto
houver óleo para queimar. Essa não é uma critica ao Rap como linguagem, é uma
critica a essa postura de globalização horizontal, onde desrespeitam
identidades em nome da manutenção da estúpida condição do lucro fácil.
Nós aqui pensamos diferente, acreditamos no desenvolvimento
local, que também pode ser globalizado, pois o conceito de comunidade no século
XX vai muito além de fronteiras geográficas, mas, no desenvolvimento local “trocamos
a generalidade abstrata de uma sociedade global configurada à semelhança
imposta, ou como suporte do estado, (como é o caso das chamadas sociedades de
massa) pelas particularidades concretas das múltiplas minorias sociais
orgânicas que podem projetar... (endogenamente) futuros alternativos para a
coletividade e, sobretudo, antecipar estes futuros em experiências presentes” (Franco,
1994).
Indo de encontro ao que é imposto e que funciona tal qual a
maquina de moer cana, nós para dominarmos o mundo apostamos na
sustentabilidade, com características comuns, dependentes e interdependentes ao
mesmo tempo. Tal quais os ecossistemas existentes que apresentam sustentabilidade,
interdependência, reciclagem, parceria e flexibilidade e diversidade. É como
colocar tudo num liquidificador e o resultado dessa combinação será o caminho
que começaremos a traçar. “Everybody Wants to rule the world” Todos querem
dominar o mundo, concordo plenamente com tal afirmação, adoro a música e o
conceito humano que sua letra teoriza, acredito que o tempo de privar pra si o
resultado das conquistas já passou, agora é hora de compartilhar, não pelo
artifício patético da esmola, mas pelo suor que move a gênese desses meus jogos
mentais.
GEORGIANO DE CASTRO.
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