cogito, ergo sum!

Penso logo existo! Essa frase é do filosofo físico e matemático francês René Descartes, se não me engano essa frase está contida nas suas meditações metafísicas, que é um dos seus trabalhos (obra) escritos no campo da filosofia: “Convenci-me de que não existe nada no mundo, nem céu, nem terra, nem mente, nem corpo. Isto implica que também eu não exista? Não: se existe algo de que eu esteja realmente convencido é de minha própria existência. Mas existe um enganador de poder e astúcia suprema, que está deliberada e constantemente me confundindo. Neste caso, e mesmo que o enganador me confunda, sem dúvida eu também devo existir… a proposição "eu sou", "eu existo", deve ser necessariamente verdadeira para que eu possa expressá-la, ou para que algo confunda minha mente (Descartes, 1641)” Com isso Descartes declarava que a consciência implica a existência, ou seja, ele “meditava” sobre a distinção real entre a mente e o corpo. 



Alguém já parou para pensar que agente é aquilo que agente acredita ser, e qualquer distorção contrária àquilo que você mesmo determina para si é uma violência contra a sua pessoa? Mas o que anda pensando os jovens? Eu, e nisso falando por mim, acredito que é necessária à condição de existir, certo grau de Historicidade, que deve ser latentemente registrada, e que sirva de apoio aos movimentos futuros. E que para isso acontecer eu não preciso propor uma revolução, isso é apenas uma condição do existir. Objetivamente existem dois campos que devem ser considerados, o registro de suas atividades pessoais que tem valor pessoal e afetivo para você enquanto indivíduo e para o grupo mais afetivamente ligado a você. E o registro de suas atividades sociais que interferem diretamente em algo maior que o seu clã afetivo ou coisa parecida, faz parte de um todo, um processo de convivência ampla ao qual eu costumo entender como cidadania. Isso para mim implica outras duas coisas vitais, primeiro; cientificidade, ou seja, caráter cientifico de tudo aquilo que absorvo, e segundo; identidade, que nada mais do que a personalidade que eu vou adicionar a todo o contexto do que já é sabido e a tudo de novo que por ventura eu possa entregar.

Nós entendemos cultura com um sentido amplo, com bases na antropologia americana. É verdadeiramente algo maior como citou o então ministro da cultura Gilberto Gil, em seu discurso de posse:
E o que entendo como cultura vai muito além do âmbito restrito e restritivo das concepções acadêmicas, ou de ritos de liturgia de uma suposta “classe artística e intelectual” (...) Cultura como usina de símbolos de um povo. Cultura como um conjunto de signos de cada comunidade e de toda a nação. Cultura como o sentido dos nossos atos, a soma de nossos gestos, o senso de nossos jeitos. Dessa perspectiva, as ações do Ministério da Cultura deverão ser entendidas como exercício de antropologia aplicada (GIL, 2003)” 






Com isso quero dizer que também podemos intervir culturalmente, e que para isso acontecer devemos seguir esses passos, primeiro; buscar a nossa identidade, e é lógico que devemos falar de quem nós somos e o que pensamos, segundo; é preciso fazer o registro de nossas intervenções aplicando a elas sempre que possível o caráter de cientificidade, e por ultimo, e tão necessário à condição de existir em nossa sociedade hoje, é saber transformar essa intervenção em produto que atenda a satisfação dos anseios de nossos iguais.

Vivemos hoje a época da tecnologia, onde as possibilidades de comunicação entre as pessoas alcançaram outras perspectivas nunca antes vistas. Agora repeteando Descartes, mesmo sabendo que não chega nem perto da revigoração necessária, onde andam nossas meditações sobre o metafísico? E a real distinção entre a mente e o corpo? Para mim importa de maneira deveras que o meu corpo reproduza o que em minha mente explode, aquilo que me dá dor de cabeça, me tira o sono, que é essencial, e condição intrínseca de existir. Tudo isso refletindo exponencialmente em minhas atitudes intervencionais de caráter social, como pensamento e produção de cultura. Aqui, nesse caso não caberá egocentrismo, visto que para acontecer e fazer sentido depende da união e do convencimento de toda uma unidade ou grupo de pessoas, a nossa, podemos dizer assim, comunidade. Nossa identidade registrada, e ampliada, colocada no mercado para o uso e aquisição de nossos pares. Depois disso cabendo só à tutela e orgulho de ver a nossa intervenção cautelada como patrimônio! É isso que eu penso, e se penso, logo também poderei existir.



 Georgiano de Castro.       

Comentários

  1. Mas como se encontrar nos dias atuais em que a real cultura é sub-mascarada, através de uma mida passional e totalmente capitalista que injeta tudo menos a real cultura do brasileiro?
    Por exemplo somos misturas de povos ,raças e a miscigenação no Brasil é imensa após o seu descobrimento, mas é mais fácil , você encontrar uma pessoa que se vangloria de sua descendência Europeia que vive no Brasil, do que um Brasileiro que se orgulhe de ser descendente dos Tupis-guaranis.Onde quero chegar?Devemos primeiro ter orgulho de nossas raizes,assim aprederamos a dar valor a nossa real cultura desde o passado até os dias atuais e mesmo com toda a inovação tecnologica,buscarmos as nossas heranças na raiz, aprendermos com ela , assim iniciaremos o primeiro passo a nos encontrar verdadeiramente para podermos valorizarmos a nossa real cultura, que hoje a midia representa apenas como "Brasil, terra do carnaval , do futebol e da cerveja".
    Me orgulho de minhas raizes e sei de onde elas descendem , assim me encontrei mais fácil e valorizo a real cultura , mascarada e escondida pela midia capitalista e usurpadora que somente se alimenta de uma falsa cultura para poder lucrar e denegrir uma imagem falsa, porém a ela lucrativa e viavél.

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  2. Se existimos ou não faz mas sentido duvidarmos disso que termos isso como sentença. E que venha a necessidade de deixar nossa marca no universo seja ela cultural ou individual, que seja da forma mas autentica possível pois vivemos dias confusos onde a rotina é só uma armadilha. Devemos nos orgulhar de quem somos sim, mas antes temos que descobrir quem somos! Adorei o texto!!!

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