POBRE STAR.
Eu
tenho 1.205 amigos no Facebook, que é a rede social que mais uso, um
dia desses assistindo uma entrevista de um artista, desses que me
inspiraram a também tentar sê lo, ouvi ele dizer que nos anos 90 a
música independente vivia de guerrilha e rádio comunitária,
engraçado, sou formado em Marketing e a minha ferramenta dentro da
ciência é justamente o Marketing de guerrilha! Nele eu me dou muito
bem, mas esse artista, o Maurício Pereira, Também foi o primeiro
cara a transmitir uma apresentação em internet no Brasil, mas por
que estou falando de tudo isso? Para demonstrar que as redes sociais hoje em dia são nossas únicas ferramentas de divulgação, e nesse
futuro presente onde todas as relações tradicionais de sucesso são
postas a prova na construção de uma nova era meio I Carly das
coisas, a gente vai aprendendo.
Tá
todo mundo atrasado nessa ganância dos tempos… essa frase é da
música o Idiota Eletrônico do Biquíni Cavadão, e sim revela bem
como estamos frente a toda essas novidades tecnológicas que formam o
mundo de hoje. Estamos perdidos entre a obsolescência programada e a
urgência de viver plenamente, e eu como capitão de indústria,
acordo e vivo para trabalhar.
Eu
trabalho há muito tempo nisso, mas tempo do que você possa imaginar
e não vou ficar aqui perdendo tempo revelando as desventuras
passadas na minha vida, mas esclareço que passei sete anos amador
total com minhas bandas adolescentes, mais dez anos aprendendo como
se faz para nesses últimos oito anos ser uma espécie nova de
artista, e olha que eu fazia as contas que só ia começar a
funcionar quando estivesse com 40 anos, mas estou por aí me
apresentando e coordenando uma cena todo final de semana, sou o que
eu mesmo comecei a denominar como pobre star.
Eu
pego uma carona do trabalho, sou funcionário público também, o que
me garante toda a falta de garantia que tem uma classe média baixa,
e depois mais a frente pego um ônibus de volta pra casa. Quem me ver
no terminal comenta: - Mas o rockeiro não tem carro? Eu ando no meu
carro e uso um sapato da mesma maneira, tenho família e deixo o
carro com a minha companheira que também trabalha e pega minha filha
na escola. Todo mundo me pergunta por dinheiro, quantas bocetas eu
comi, e drogas, coisas assim… eu respondo, que não uso drogas, sou
cassado e ganho, como quase todo mundo que conheço, menos do que
mereço. Aí me dizem que não vale a pena: - Você é tão
inteligente, faça um bom concurso público! E eu continuando cagando
para dinheiro e fama a la vai Safadão (!%$#@&*”@%¨!).
Hoje
eu vivo muito bem com minhas pequenas realizações e acho que tá
chegando nossa vez, o rock cearense vem ocupando diversos locais com
apresentações mas precisamos nos organizar melhor, estou nessa
batalha com a certeza que não sou especial por resistir há tanto
tempo, pelo contrário, sou mais um entre tantos de antes e de agora
contribuindo no processo. E assim vou vivendo, sendo artista na minha
conta do Face, em oportunidades espontâneas nos jornais locais, em
conexões criativas e mais ainda na coragem de viver sem medos e
seguindo em frente sempre. Eu nasci Pixote, não James Dean, estou
sobrevivendo no terceiro mundo digital, serrei sempre um pobre star e
até acho mais charmoso dizê lo assim.
Georgiano de Castro.
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