Todo dia é dia dos pais e eu escrevo como filho ainda

Eu tenho a voz estranha, pequena e um tantinho rouca. Sei preciso descansá – la para poder cantar desafinado! Como uma nova bossa, num rock popular aonde nunca sei, e nunca se saberá se quem pagou parou para prestar atenção, na letra. Eu tenho uma mágoa escondida entre ironias e bom humor de amor que é para alcançar o coração do cidadão que como eu, chora, ri e acredita na fé que só sozinho se pode ter.

Esse menino grande sou eu caminhando, com saudades da minha mãe e vendo o mundo lá fora. Com a cabeça na lua, com medo de andar na rua, e essa alma nua é muito celebrada eu sei, entre meus amigos sonhando em fazer uns discos, nós somos solidões concisas e pensamos em músicas. (fazê – las)

Ideias são coisas rápidas e as vezes me deixam sem sono, eu acordo cedo e necessito café, eu lembro do beijo que dei na minha filha e lembro do beijo que dei no meu pai, aí eu sento e escrevo aquilo que me vem na cabeça com atenção a mim e a minha visão, que é um tanto quanto exótica eu sei, as vezes começo pelo início, as vezes pelo fim mas quase sempre é pelo meio.

Eu gostava da aula de ditado mesmo falando e escrevendo errado, e entendendo ao contrário, esse sou eu com bom coração e diploma de otário. Mas sou multifacetado e atiro para todos os lados no duro, eu preso pelo que é meu cheio de meus conteúdos, para colocar ou criar mercados, para todos os lados, plural como o numeral três, onde se inicia, pai, filho e espírito, alma, corpo e mente, matéria, energia e pensamento… e segue a rima de sentidos.

Me acalma o som do Caetano, o abraço de um amigo, o cheiro da minha gente e o amor da minha mulher. Isso me agrada, café com pão quentinho, morar perto da padaria, andar lá no Siqueira e comer na beira. Sentir o chão e ler poesia, amar Jesus por anarquia, e ser cético mesmo tendo fé em mim e em Deus.

E escrevi todo esse temporão que fala desnudo de mim só pra exercitar as mãos.

Sou pai da Sofia maria e filho de Jeorge moreira

Georgiano de Castro.