O LOBISOMEM JUVENIL " O PORQUÊ DE EU NÃO GOSTAR DE NIRVANAS"
Eu
ficava me imaginando em você refletido no espelho dos seus olhos mas
tal imagem na minha mente sugere uma intimidade que já não se faz
presente, e a ninfa anfetamina de pupilas dilatadas caminhou em
direção ao escuro, num pulo. Eu não sei de mais nada a não ser da
sensação angustiante de observar seu movimento, lascivo, no
inapropriado do momento e apropriado a idade.
Para
onde quer que você vá eu vou também, sou só um cativo de sua
altivez pelo simples prazer de possuí la, ou ao contrario, tanto
faz. Ninguém esperava aquela atitude drástica, mas aconteceu num
domingo enquanto a televisão brasileira transmitia a final do
campeonato daquele esporte de machos correndo atrás de uma bola.
Não
lhe faltaria amor pois o meu ainda está aqui! Não lhe faltaria
prazer, pelo menos tudo o que meu corpo pudesse resistir. Mas
setembro é o mês de virgem e quem vai no fundo descobrir todos os
seus segredos. Eu lembro de como ela abria a boca na hora de amar
para sentir a fúria dos meus impulsos e quantos suores deixados nos
lençóis rebatem o quanto amar pode ser uma ilusão individualista.
Entre o pretérito perfeito e a dúvida da solidão de sentimentos eu
já cansei de acreditar.
Seu
corpo aterrizou na avenida central já sem vida e os dois se
encontram pela última vez na morte, a morte em morte e a morte em
vida que em mim ficou. Eu nunca gostei do nirvana por que na
realidade eu gosto de poupar e nada mais, eu não quero todo o estado de espírito, o estagio final de consciência, não! Eu quero estar na
periferia da experimentação, seguro, sabendo que sempre vou
encontrar naquilo que se consome um algo mais instigante que me faça
levantar todos os dias para enfrentar a dor valente como um
cavaleiro. Lembra que eu te disse que para onde você fosse eu iria
também? Não deixa de ser verdade pois nesse momento eu estou me
imaginado refletido no espelho dos seus olhos mesmo sabendo que isso
já não existe mais.
Georgiano de castro
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