A GENTE PRECISA INCOMODAR PARA APARECER - CARTA AOS DESCONTENTES.
Quem nunca ouviu aquela estória da galeria do rock em São Paulo, onde os
discos de discotecas e algumas fotos do John Travolta foram disponibilizados
pela galera das lojas de rock para serem destruídas? Ou nunca ouviu aquele
verso punk que diz: - Eu não aguento mais, John Travolta, John Travolta! E nem Olivia
Newton John... Pois bem, isso demonstra o nível de insatisfação de toda uma
turma de jovens que não se sentiam representados no inicio dos anos 80. Mas o
importante aqui para mim é perguntar; quem está se sentindo satisfeito hoje em
dia? Será que ninguém percebe que essa cultura que dizem ser nossa é uma
imposição? Qual a verdadeira distancia em sonhos entre o Brasil carnaval e a
vida real? Tem muita coisa que a gente tem que esclarecer.
Hoje, espalham por aí um boato de que o nosso cinema tá bombando, isso
quando temos toda uma geração de cineastas que se dedicam a imitar Hollywood, tem
gente até trabalhando em Hollywood, mas o que ninguém absolutamente diz é que é
que esses mesmos neguinhos recebem até 20 milhões em leis de incentivo do
governo daqui para fazer um filme, uma cópia do cinema de Hollywood para
concorrer a ir ao Oscar perder uma estatueta. E vai lá e perde mesmo! Perde por
que Hollywood não é latina, não se interessa por algo que não reflita como um
espelho, todo mundo sabe que norte americanos são narcisos, e eu sinceramente não
vejo nada demais nisso, vejo sim algo demasiado errado nessa mania de querer
imitar seus padrões, até por que o Zé, o Chico, e o Severino têm muito mais
rugas e calos nas mãos que qualquer Clark Glable. O meu cinema é Glauber, è José
Mojica Marins, é Renato Aragão, é Mazzaropi, é Claudio Assis. O cinema tem que
provocar, a arte é um vômito, é um gozo, é jogar pra fora aquilo que se é, é identidade.
Quem se sente representado nesse samba mauriçola? Nessa aberração
escrota imposta como RG de cultura Brasileira, DNA? Regina Casé e aquela
palhaçada dia de domingo na rede Globo te ensinando a ser Maria vai com as
outras, enquanto por trás existe toda uma ideologia, dita “esquerda” sendo
dissimilada para benefício uni exclusivo de um bando de banditos fantasiados de
artistas populares. Não meu nego, o negócio é mais embaixo, meu samba são os
Demônios, é Dicró, Bezerra da Silva... Eu prefiro um ponto de macumba de oxumaré
que essa coisa toda aí. Se o samba é a música do Brasil, eu que não tenho nada
a ver com isso, nem com samba, nem com baião, quero pelo menos que seja algo
que realmente nos represente, e é nossa representação autentica que eu preciso
ver domingo na hora do almoço, por que ser você mesmo por si só já é um espetáculo.
Se o Brasil se reconhecesse, sem essa imposição citada aí, se valorizasse, aí
teria emprego para todo mundo, seriamos uma grande nação, para isso dinovo o
lance é aquela palavrinha, identidade.
Mas o que é identidade? É você ser quem você é e fazer o que você
acredita, é você reinventar tradição, provocar, a vida não é um lapso de tempo aonde
você vem só para obedecer ao que os antigos te dizem que é o plano de Deus. Não,
Deus também é imperfeito, e eu não estou preocupado com a possível sociabilização
de técnicas e insumos, não quero esmola, nem sou papagaio para repetir ruídos. Arte
é criação, intuição, liberdade e organização! Até a anarquia necessita
organização, o que eu estou vendo é um coro mudo de contentes, é o cuzão do
inferno soltando flatulências aroma tutti frutti, (chiclete com banana?)
manifeste se, espalhe se, diga não, junte se a nós. Não adianta nada ficar
sentado na sala esperando a morte medonha chegar. Saiba não te iludo, nós não
vamos mudar nada, mas vamos até o fim pois o gostoso mesmo é tentar, o impossível
acaba quando é alcançado e novos impossíveis surgem para alcançar. Obrigado a
todos que me leem.
GEORGIANO DE CASTRO.
Muito boa exposição, tinha feito um texto mais amplo mas esta porra apagou quando fui comentar. Parabéns pelo trabalho. Estou puto por ter perdido o texto anterior.
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