DISCURSO INFLAMÁVEL EM PROL DA CARETICE.
Toda
banda tem seu clássico, aquela música que marca uma época ou
período onde através dela a banda consegue certo destaque, seria
Stairway To Heaven para o Led Zeppelin, Que país é esse? Para a
legião urbana, enfim, aquela canção que quem conhece a banda sabe
cantar. Conosco não poderia ser diferente, há uma que nos acompanha
desde 2003, quando enceramos atividades com o nome Em Si, e passamos
a nos apresentar como The Good Garden! É o Discurso Inflamável em
Prol da Caretice, ou simplesmente Discurso Pró Caretice. Nela o
personagem é a negação do espírito jovem de revolução e
mudança, para afirmar se, na maior cara de pau, como um verdadeiro
espírito de porco. Ele deseja a manutenção da ordem vigente,
cultural e social, por que é isso que fomenta o seu agouro, sendo o
que é explícito na letra com a frase: - De quem é que eu vou falar
mal?
Um
sentimento comum a todo adolescente rockeiro é não gostar de nenhum
outro estilo musical, senão o seu santo rock de cada dia. Há mais
de uma década atrás estávamos eu, minha esposa Dalvinha e o Cícero
Alexandre no saudoso Metrópoles da Parangaba no festival For Kaos,
no dia do metal extremo. Entre uma banda e outra nos aproximamos de
uns moleques tipo geração x, y, ou geração grunge, falo pela
referência temporal diga se de passagem, num papo cabeça extrema
direita total. Diziam eles: - temos que acabar com esse tal de forró,
esse sertanejo de corno, esse carnaval, toda essa baitolagem que
reina no Brasil. Eu é claro salvei aquilo comigo, achei muito
divertido e ingênuo, me via neles com 09, 10 anos, talvez uma década
e meia atrás daquele momento, defendendo New Romantic ou New Wave,
ou com 12 anos já defendendo o Punk Rock. Entender o coração dos
meninos e meninas é algo que eu sei bem pois fui muito menino, ou
seja, aproveitei ao máximo essa passagem da minha vida. Com isso
cheguei em casa e fiquei pensando uma forma de aproveitar aqueles
sentimentos tão nonsenses que captei ali.
Dessa
discussão captada no For Kaos nasce a primeira estrofe da música,
mas não fui eu quem escreveu, eu comentei com o Mário César, ex
guitarrista da banda, e ele criou a primeira estrofe com a ideia de um
cara contrário aquele discurso fascista, mas não conseguia
completar o refrão que eu o fiz com a frase supracitada, “DE QUEM
É QUE EU VOU FALAR MAL” só nesse momento nasce o personagem, ele
é um cretino, um espírito de porco, alguém que quer a manutenção
do main strean do jeito que estava no Brasil nos anos 90, só para
poder manter seu mal hábito de falar mal das coisas. E assim
fechamos a primeira estrofe que comenta a dominação cultural e o
desejo de mantê la pelo nosso personagem anacrônico, mas o quê
falar na segunda estrofe pra fechar a música?
AO VIVO NA MOSTRA PETRUCIO MAIA
Elementar,
meus caros, se a primeira estrofe falou da cultura main strean, na
segunda vamos detonar trabalho e igreja. E eu a fiz demonstrando que
a instituição igreja funciona como instrumento de controle social
da ordem vigente, de maneira nonsense como sugere todo ambiente da
banda, e fechou quando adicionamos a isso o mais do mesmo no Rock n'
Roll antigo, em harmonias e melodias, daí foi só tocar e perceber
que era regressivo, nossa onda era ironias mil, como podíamos
identificar certa identidade do B'rock, e um som pra trasmente, mais
do mesmolóide, regressivão. E funciona até hoje marcando a nossa
onda nesses quase quinze anos de The Good Garden.
Georgiano de Castro.
Cara, essa música já tem doze anos... Às vezes me pego cantando isso... e só hoje eu lembrei que sou um dos compositores!
ResponderEliminarA cada novo ciclo ela ressurge e volta a ser um dos nossos mais fortes produtos, talvez a melodia pra trás total é que faça ela ser tão marcante, ela é a minha mais importante composição, digamos de carreira, e é uma parceria nossa, eu nunca esqueci de assinar o seu nome nela.
EliminarSabe, bicho, os ciclos passam, as bandas passam, os tempos passam, as caravanas passam, enfim...Só o que não passa em mim é este desejo de viver e ver a galera do meu bairro feliz...Assim como aquele menino de 14 anos que eu conheci na casa do Tchesco, através da minha amizade com Fracinildo, ainda vejo você como um menino sonhador (que fala cada doidice, tá certo!) mas que ainda guarda este espírito inovador, aventureiro e roqueiro (por que punk não é rock, cara! kkk!) Cara, se somos parceiros, ou não, (e em tantas outras "belas páginas do cancioneiro bonjardinense") isso agora não importa! Minha contribuição com a good gardem foi muito mais de aprender, que ensinar...Aprendi como fazer e não fazer...muitas coisas! Ainda rola rock nessas veias de crente, sabe?! Diga ao Alexandre que ele é um grande amigo, um dos melhores que tenho...Diga que a Carol é tão educada, delicada e inteligente quanto ele: Uma dama, assim como ele sempre foi um cavalheiro! Diga ao Tchesco (por que sempre seremos quatro) que ele é o meu eterno mestre de guitarra e de humildade! Devo a ele o meu tocar (tenho muitos vícios tocando que herdei dele, cara!)
EliminarMeu chapa, amo este bairro, ainda como ontem e mais que amanhã! Meu ponto de referência é uma terreiro de macumba!
Evangelizando, educando e tocando muita guitarra com essa nova geração...sigo em frente! Fala pra o pivete da guitarra: "O Mário pediu pra te dizer que você toca muito e que ele é teu fã!"
LONG LIVE THE GOOD GARDEM! Tô aqui... Calado, mas tô aqui!
Mário César, um torto Syd Barret...A lonely black rocker!!!
P.S:. E esse meu menino?! Agora inventou de tocar baixo e toca até legal!