EU RECOMENDO.

Nos anos 90, quando surgiram Ace of Base e o 4 non blondes, eu quis muito escrever sobre eles, mas o meu zine na época era só um projeto. Nesse momento pensei que ser jornalista musical podia ser uma boa opção de carreira, afinal escrever sobre bandas legais seria sempre um prazer. O tempo passou e mostrou que tanto o Ace of Base como o 4 non blondes seriam modas passageiras, bandas de sucesso arrebatador com um só single, e que depois não conseguiam se repetir, ou se separaram, como é o caso do 4 non blondes. Pra mim, sem sombra de dúvida, fica aquela máxima que diz que os anos 90 foram uma mancha cinza na estória da humanidade! E vocês sabem que a estória humana só faz sentido se for analisada pelo prisma da cultura POP.



ACE OF BASE.

4 NON BLONDES


Êh mundo dá volta camará(!?)” Os anos 90 trouxeram pra gente a trilha tecnológica do futuro, ou seja, o modos operantis de se compartilhar música muda totalmente. Ali surge o maldito Compact Disc Laser, o popular CD, depois o DVD, depois os tão mais malditos MP3 e MP4… E a tecnologia vulgariza de tal forma o aceso a música, que a indústria musical simplesmente quebra. É claro que você vai ouvir muitos artistas dizendo que essa mudança foi melhor por que hoje você tem mais independência, deixando de ser funcionário de uma majore, e isso é compreensível em partes. Claro que o cara tem que se afinar com o que temos hoje, mas não vender discos se tornou uma tragicomédia no mercado, hoje a indústria é voltada para o entretenimento, ou mais precisamente o show. Nesse ambiente a peneira é cruel, a boa canção perde espaço para o refrão fácil e tautofônico, as camadas melódicas e os arranjos milimetricamente compostos perdem espaço para o ritmo alegre e as dancinhas da moda. E como tudo é deveras fácil, e todo mundo pode estar na rede com uma página, fica mais difícil o garimpo de bandas e músicas boas.



Mesmo assim todo início e meio de década me traz uma novidade musical, bem garimpada que gosto de demonstrar. Dessa vez são dois grupos de vocais femininos. O The Gossip e o ST Vicent. O Gossip por exemplo é uma banda americana de Washington que tem a frente uma figura que poderia ser até considerada clichê na cult pop insense contemporânea, fora dos padrões e homossexual, Beth Ditto é uma explosão em cena, eu mesmo quando a vi senti nela uma mistura de Mama Cass com Donna Summer e Tina Tuner muito especial. É uma senhora banda, e eu chego atrasado para apresentá la, já que ela estourou mesmo foi em 2006, mas comente aqui entre nós amigos quem já os conhecia.





Já com o St Vicent é diferente pois é o nome artístico da cantora e guitarrista Annie Erin Clark. Ela usa o nome de banda e funciona como banda, Lembra Television, Talking Heads, e por aí vai, porém é dona de uma técnica muito especial de tocar guitarra, fazendo harmonias com acordes diferentes, efeitos em elaborações diferentes e tudo mais. É multi-instrumentista e em cena faz teatro mesmo, parece uma Barbie, só que inteligente e perspicaz ao ponto de influenciar uma nova horda de banda eletro indies.





Hoje posso escrever sobre essas bandas por que tenho esse blog e um certo público seguindo meus posts, diferente dos anos 90 onde eu projetei um zine logo quando surgiram Ace of Base e 4 non blondes, mas quando ele se tornou realidade já nem cabia mais comentar. Lembro que no meu zine escrevi algo massa sobre a volta do Capital Inicial com o álbum atrás dos olhos, se pudesse prever o futuro e ver o que eles fariam depois eu juro que não teria escrito aquilo, mas esses meandros fazem parte da magia de se admirar boa música, independente da banda ter se tornado o que hoje é aquele álbum é tecnicamente bom, como será bom pra você fugir desse mais do mesmo imposto por aqui escutando o The Gossip e o St Vicent, boas audições.





















GEORGIANO DE CASTRO 03:32 PM. 

Comentários

Mensagens populares