VIAGEM AO FUNDO DO EGO!

Era uma vez eu mesmo, filho caçula de uma família imperfeita, aquele filho que não nega a cara da mãe, cara de índio, mas de pele aparentemente branca, olhos castanhos, e toda uma impossibilidade para me cercar por toda vida. 

Não era só o fato da língua presa que me impossibilitava, haviam mil outras situações, desde cedo me acostumei com elas. Havia uma culpa, ela me cercava, era de estimação, católica, caótica, estupida, e eu sem ela não seria quem eu sou. 

Eu sou de uma geração que ainda apanhava dos pais, e o meu pai não me ensinou o que é o amor, em nome de um respeito que nunca teve da minha parte, ele me ensinou a sentir medo. 

O medo e a covardia são coisas que a dor nos obriga a enfrentar, e desde muito cedo eu tive que brigar para conseguir o que é muito fácil para qualquer pessoa comum, que viva aonde reine a harmonia, que é a auto afirmação. 

A rebeldia é o meu escudo, é como uma extensão da minha alma, perder o controle sem desabar é a minha rotina e por mais cruel que possa parecer essa característica, não há sequer opção de cura. porém é preciso que se diga, existe o rebelde e existe o otário. Eu falo por mim, eu trabalho em causa própria, eu sou egoísta. O "eu" é uma expressão muito importante no meu universo. 


Eu aprendi nos discos, eu aprendi nos livros, eu aprendi na rua, para mim a vida sempre foi dura. Hoje eu sou uma caricatura que sempre foi popular, sabe aquele cara que todo mundo conhece, aquele cara que muita gente reprova, aquele cara que atrai uma horda de seguidores que se espelham na sua força querendo também se auto afirmar? Esse cara sou eu.

O meu forte é o dialogo, a minha fortaleza é a amizade, o meu desespero é a violência, o meu afeto é a união. Eu sou um cara que nasci para estar junto, a minha gangue é a do abraço, da mesa de bar, da filosofia barata, da poesia urbana, falamos sobre ficção cientifica e economia sustentável com foco na realidade, mas com tamanho apego pela utopia que nos acusam de socialistas. "Eles não sabem o que dizem", não conhecem a boemia da zona sul de Fortaleza, e nem nunca ouviram nossas músicas, não sabem o que significa a palavra Thrunda! 

Não adianta me fechar as portas, eu sei criar as minhas próprias passagens, não adianta me apontar seu dedo em riste, pois com isso quem demonstra medo é você, Eu não sou um bom lugar, mas também não sou a pior nação que você possa conhecer. 

O meu corpo é sagrado, a minha mente é liberta de toda e qualquer doutrinação patética, estou cativo do meu amor por vontade própria e abençoo o inimigo. A unica regra válida é não ter regra alguma! Cada ser é o seu próprio mestre mas ninguém é uma ilha! Daquilo que eu sei aprendi com os outros, homens sábios, livros conhecidos e noticias populares. E música popular, e filme classe B e C... seriados de TV. 

Não vou lhe reverenciar caso você não mereça minha reverencia, não serei falso a tal ponto. O bajulador é sempre um coitado, o miserável não percebe que a miséria começa na própria alma. O amor é uma experiencia de doação e permanência, é um  sentimento de mudança. Como disse no começo desse texto meu pai me ensinou a ter medo, porém eu aprendi com isso o verdadeiro sentido do respeito, a burrice não me amedronta, por outro lado, a inteligencia me encanta. Eu não me preocupo com a intolerância pois sou soldado do exercito da aceitação. Não me interessa Black Blocs, interessa Black Music, Não me interessa a foice e o martelo, interessa a menina do anel de lua e estrela. Por isso não se reprima e nem tente me encaixar, eu não estou interessado, Meu delírio é experiencia com coisas reais.


Existem citações de Erasmo de Roterdã, Kid Abelha, John Lennon e Antônio Carlos Belchior no texto.
Há tempos é meio que uma trilha sonora daquilo que eu vi e vivi todos esses anos.
A família na 1ª foto é a minha apesar do texto unir ficção e realidade, as vezes sou eu quem fala, outras vezes é a minha caricatura.

Não entenda como desabafo é apenas uma dissertação para incentivar a auto afirmação e que usa a figura do Eu/Ego como personagem.

obrigado a todos

Cabeça/Georgiano de Castro.

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