SHEILA E ECONOMIA CRIATIVA



Sheila E. Nasceu em São Francisco, Califórnia, filha do percursionista latino Pete Escovedo, e antes de sua carreira solo tocou com o pai na “the latin jazz fussion band” aquelas bandas típicas do underground Cool da América do norte. Quando em 1983 foi descoberta por Prince, por causa do single side B numero um nos EUA, intitulado Erotic City, ela já havia gravado dois outros singles solo pelo selo Fantasy Records. E Prince tratou logo de lhe garantir um contrato junto a Warner Bross, para o seu álbum debutante; Sheila E – The Glamorous Life, de 1984, que eu adquiri o compacto em 84 mesmo.


Estamos hoje, janeiro de 2013, pensando e ao mesmo tempo criando perspectivas de inserção de mercado para a criação artística dos nossos grupos parceiros em uma escala de Economia Criativa. E essa é uma perspectiva nova e global, pois o mundo inteiro está nesse momento pensando em ampliar a participação do setor criativo nos PIBs (Produto Interno Bruto) de cada nação. E diante de toda essa demanda temos que analisar a experiência de países como Austrália, e dos países que formam o Reino Unido, principalmente a Inglaterra, que dedicaram uma maior atenção ao aspecto artístico do setor criativo de suas economias. E adapta-las a realidade cultural do Brasil, nisso, deparamos com certos entraves, como a questão dos direitos autorais, que nesses países e na América do norte, são um campo seguro para investimento, o que pode se dizer inversamente proporcional por aqui. Sem falar no poder de suas indústrias culturais, que dominam mercados globais, sendo multi nacionais. Mas nada disso pode nos barrar, temos que usar a criatividade, pensando como administradores, para encontrar soluções para a nossa realidade.


Estou citando Sheila E não só pelo meu apego emocional a sua música, mas também pelo aspecto de ela ser uma imigrante latina, filha de um artista comunitário latino, que por essa característica básica foi apresentada pelo o Prince a música pop mundial. Dizer que o Prince é um artista diferenciado já é lugar comum em qualquer ensaio sobre sua carreira, porém ele não estava sozinho por toda essa trajetória e Sheila dava tempero latino jazzístico a sua banda e, por conseguinte a sua música. Quando Ele foi buscá-la na Califórnia, em meio aquela cena comunitária de jazz fussion, ele só chegou lá porque ecoava daquela cena underground criativa informação que alcançava grandes centros e grandes investidores para ideias criativas artísticas comunitárias. E esse tipo de investimento em uma pessoa de uma cadeia criativa retorna como exemplo influenciando novas cadeias e mercados locais mais sólidos. Há casos mais ou menos iguais aqui no Brasil, poderia citar o Carlinhos Brown e como o Caetano fez ecoar toda aquela cena do Candial e dos terreiros, da percussão do candomblé quando o colocou em sua banda como músico e gravou a sua canção meia lua inteira.


A discografia de Sheila E seguiu com Romance 1600, pelo selo independente Rhino em 1985, e já 1987 lança um trabalho homônimo pela Warner, em 1991, lança o espetacular Sex Cimbal , também pela Warner, sendo esse seu ultimo trabalho característico pop, para em 2000, retornar ao jazz fussion com writes of passage, pelo selo Concord Jazz, e em 2001 lança Heaven, também pela Concord Jazz. Na fase pop de sua carreira Sheila E teve toda a exposição que uma diva pop tem, porém com a crise da indústria ela optou por retornar ao mercado independente com um trabalho mais jazzístico, muito contemporâneo e retornou a São Francisco, na Califórnia. Onde se apresenta regularmente nas jan sessions comunitárias do esquema criativo local, tendo seus trabalhos, como os últimos CDs, singles, camisetas e afins também comercializados na rede comunitária de distribuição de artigos.


Georgiano de Castro.


Comentários

  1. Muito bom o artigo e nos leva a essa perspectiva de mercado,sendo que ela Sheila soube lidar com os dois lados da moeda, e ´claro atribuindo-se do seu talento fez su voz coar e ser ouvida, tocar naquela epoca ao lado de Prince fez sua carreira decolar, e espalhar boa música aos ouvidos que se atentaram ao som que ela e Prince estavam cantando.Ela nos mostra o caminho a seguir , para sabermos ser sábios e investir em cada lado, seja mundialmente por um selo como a Warner, seja tocando em estilo jazz comunitário e mesmo assim fazendo o que gosta e do jeito que gosta.
    Vi os vídeos e que voz espetacular essa moça tem,bons tempos os antigos que ouviamos músicas decentes no geral quando algo novo de bom realmente se descobria era mas que super valorizado.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares